Tokens Não São Ações

A Grande Ilusão

Há anos, confundimos vendas de tokens com captação de equity. Supusemos que se um token valorizava, era uma segurança — porque ‘lucro’ implica ‘investimento’. Mas esse é um mapa errado. Tokens não representam direitos sobre uma empresa; representam controle sobre código.

Propriedade On-Chain É Real

O EIP-1559 da Ethereum não só queima gas — redistribui soberania. Quando as taxas fluem diretamente para validadores e detentores votam atualizações sem mediação corporativa, você não está vendendo ações — está a conceder direitos de propriedade. Como possuir terra, não alugá-la a um gestor.

A Ilusão DAO

Pensamos que DAOs seriam motores de governança descentralizada. Não são. A maioria é paralisia de voto: 3% dos detentores participam; 97%, passivos. Se sua governança exige consenso em cada mudança, você não tem autonomia — tem burocracia com estética blockchain.

A Armadilha da Equity

Equity não é má qual — é adequada para renda off-chain: capital de risco, contratos SaaS, receita de serviços centralizados. Mas quando tenta alimentar essas receitas em tokens? Cria a dependência que a SEC teme: investidores dependentes dos fundadores para acesso ao valor.

FTT Não É Um Token — É Uma Segurança Disfarçada

Tokens FTT? Não são atos digitais — são IOUs envoltos em contratos inteligentes. Seu valor morre quando o emissor falha. Isso não é descentralização — é fraude com uma API.

O Caminho Adiante

Chame-o pelo que é: tokens como direitos à infraestrutura; equity como ativos empresariais. Construa DAOs como entidades sem fins lucrativos sob personificação legal DUNA-like — não como corporações com carteiras. Automatize tudo o possível; delegue apenas o que deve ser decidido humanamente — e nunca deixe o fundador segurar as chaves.

Não resolvemos isso esperando que reguladores alcancem o ritmo — resolvemos construindo sistemas tão claros que nenhum juiz os poderia mal entender.